Câmara Legislativa cria "drive-thru" para registrar presença de distritais
Decisão da Presidência faz com que deputado assine ponto na própria garagem, sem precisar ir ao plenário
Uma decisão um tanto quanto polêmica promete tomar conta dos noticiários sobre a Câmara Legislativa. Em reunião no Colégio de Líderes ocorrido na terça-feira, a presidente Celina Leão (PDT) decidiu que o ponto dos deputados fosse retirado do plenário e colocado à disposição dos distritais na entrada da garagem, próximo à vaga dos carros oficiais da Casa. A mudança, segundo fontes do gabinete presidencial, teria partido do ex-secretário-geral da Câmara Legislativa, Arlécio Gazal.
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Já faz algum tempo que os deputados distritais têm sido alvo de críticas por parte da imprensa por falta de quórum para sessões deliberativas. Celina, então, afirmou ter interesse em modernizar o serviço, como ocorre na Câmara dos Deputados, com serviço de presença biométrica. No entanto, segundo fonte, a medida de colocar o ponto na garagem já seria uma prévia do novo modelo a ser instalado.
A decisão dividiu a Casa. O ex-presidente, deputado Wasny de Roure (PT), se recusou a assinar o ponto no novo local. O petista afirmou que a medida seria contra o Regimento Interno da Casa. Outro deputado, que preferiu não se identificar, disse que o local de assinatura não mudará o quórum nas sessões deliberativas. “Pode ser até que piore”, afirmou.
É de praxe dentro da Câmara Legislativa que os distritais entrem em plenário para assinar a presença nos dias de sessão ordinária, que ocorrem às terças, quartas e quintas-feiras. Mesmo com a obrigatoriedade, muitas votações têm de ser adiadas por falta de quórum em plenário. Distritais alegam que assinam presença e acabam subindo para os gabinetes para resolver questões políticas.
Em recente declaração, o deputado Chico Vigilante criticou a sistemática falta dos deputados nas sessões. “Todo deputado que é eleito sabe que as sessões ocorrem três vezes por semana. A não ser em casos especiais, a agenda dos parlamentares deveria estar exclusiva para deliberação”, opinou.
Várias sessões dos meses de fevereiro, março e abril foram encerradas por falta de parlamentares em plenário. Elas ocorreram nos dias 12 de fevereiro, 19 de março, 1º e 16 de abril. As sessões duraram apenas 17, 7, 4 e 5 minutos, respectivamente. Nesses dias, no máximo 5 dos 24 distritais passaram todo o tempo em plenário e, por isso, nem mesmo os pronunciamentos foram abertos. O quórum mínimo para abertura dos debates é de seis deputados.
Fonte: Por EdsonSombra
http://www.edsonsombra.com.br/post/b...ritais20150527