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Old Posted Dec 25, 2011, 6:13 PM
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Brasília enfrenta desafios para garantir qualidade de vida daqui a 10 anos


Daqui a 10 anos, o DF terá 3,1 milhões de habitantes. Para garantir bons empregos e qualidade de vida para tanta gente, a capital do país precisa alavancar a indústria, gerar investimentos em tecnologia, profissionalizar a mão de obra e impulsionar o turismo pós-Copa do Mundo



Vistas aéreas de Taguatinga, Águas Claras e Plano Piloto, três das cidades mais ricas do DF: empresários e especialistas fazem um mapeamento dos problemas e apontam soluções para a economia candanga


Em 2022, Brasília será uma metrópole madura, com mais de 3,1 milhões de habitantes, um Produto Interno Bruto (PIB) robusto, um comércio desenvolvido e mais próximo dos consumidores. Os serviços serão mais diversificados e especializados e o parque industrial estará em expansão, principalmente em segmentos de alta tecnologia. Até lá, a capital tentará virar referência para o turismo de eventos, principalmente porque a Copa do Mundo terá deixado o prometido legado na infraestrutura e na hotelaria — Brasília vai sediar sete jogos do Mundial 2014. Servidores públicos continuarão sustentando a economia com seus altos salários, e os imóveis seguirão sendo vendidos a valores cada vez mais elevados.

Para chegar à idade avançada com todas essas conquistas, os governos precisarão ter papel determinante. Serão as políticas públicas que ditarão as novas possibilidades de investimento. O setor privado, por sua vez, será cobrado a arregaçar as mangas para amenizar a dependência do funcionalismo público. A indústria corre o risco de permanecer estagnada e continuar sendo pouco expressiva, caso não receba os incentivos esperados tanto do Estado quanto da iniciativa privada. Sem a concretização de um parque fabril especialmente focado na área de tecnologia da informação, Brasília desperdiçará o potencial de criar empregos e diversificar a atividade econômica.

Em razão das restrições geográficas — território pequeno, com muitas áreas de proteção ambiental —, mesmo que avance, a indústria continuará tendo papel secundário na economia do Distrito Federal. A grande aposta está nos setores de comércio e serviços. A tendência é que eles caminhem para oferecer maior qualidade, possibilidade de escolha e facilidade no acesso.

No caso dos serviços, as opções irão além do cardápio básico oferecido atualmente. Mais que se orgulhar de uma gastronomia renomada, por exemplo, a cidade tem potencial para se transformar em polo de referência para atividades de alto valor agregado, como nas áreas de tecnologia e logística. O novo mercado de trabalho exigirá mão de obra qualificada para se desenvolver de maneira competitiva.

Trabalhadores
O profissional de 2022 deverá investir em uma formação muito além da básica, com mais foco em liderança e gestão do que em conhecimento formal. A aposta de analistas é que as empresas nascidas na década de 1960 que sobreviverem aos próximos 10 anos estarão altamente profissionalizadas, em busca de funcionários capazes de inovar e tomar decisões. A taxa de desemprego tende a cair, mas o DF terá de pensar em políticas voltadas para atender a demanda da população do Entorno por vagas no mercado de trabalho.

Na próxima década, o comércio se ampliará. E a boa notícia é que não será somente no Plano Piloto. O crescimento deve abranger as regiões administrativas, com inauguração de shoppings, mais lojas de rua e oferta de empregos cada vez maior. De forma natural, as entrequadras das asas Sul e Norte agruparão comércios especializados, como já ocorre hoje na Rua das Farmácias (102/302 Sul) e na dos Restaurantes (404/405 Sul), por exemplo. Será uma forma de facilitar o acesso e a busca pelas mercadorias. O comércio virtual, ainda incipiente, se fortalecerá como o principal concorrente das empresas locais.

Atual base da economia brasiliense, o funcionalismo público se manterá em lugar de destaque. Apesar da tendência de o percentual de servidores diminuir diante do tamanho da população do fortalecimento do setor privado, o número absoluto de trabalhadores no quadro da União e do Governo do Distrito Federal deve crescer pelo menos 10% até 2022. Mais 310 mil servidores deverão ingressar em carreiras públicas nas áreas de saúde, transporte, educação e segurança. Especialistas em tecnologia também serão demandados pelas administrações federal e local.

Turismo
Por abrigar órgãos do governo e representações diplomáticas, o perfil da cidade de centro do poder e de negócios servirá de trampolim para atrair turistas. A capital começa a despertar para essa possibilidade, mas ainda não consegue segurar a maioria dos visitantes por mais de um dia. Investimentos precisarão ser direcionados para vender a capital pelo Brasil afora e internacionalmente. Brasília será, mais do que hoje, vista como local convidativo para congressos e encontros — e, de quebra, um ambiente para lazer e cultura.

Grande parte do sucesso da investida no turismo dependerá dos legados deixados pela Copa do Mundo de 2014. As obras de infraestrutura têm tudo para facilitar o trânsito e melhorar a rede hoteleira da cidade, atualmente deficitária, principalmente durante a semana, período em que quase todos os leitos ficam tomados. O Estádio Nacional virará palco de grandes eventos e turbinará o mercado de eventos.

Com os avanços e a ocupação de novos eixos de desenvolvimento, os preços dos imóveis permanecerão inflacionados, colecionando percentuais elevados de valorização, mesmo que a curva de crescimento não siga tão acentuada como nos últimos anos. O Plano Piloto se consolidará como a área residencial mais cobiçada e cara, justamente pela localização estratégica. As principais novidades surgirão fora do centro, com o boom de empreendimentos comerciais e de condomínios horizontais nas demais cidades do DF.

A agricultura tem potencial para triplicar a sua participação no conjunto de riquezas da capital. Se os produtores, enfim, garantirem a posse das terras públicas, terão condições de intensificar os investimentos e fortalecer a agroindústria local. O número de estabelecimentos nas áreas rurais — hoje calculado em cerca de 18 mil — não deve variar muito, até porque não há mais espaço vago. Porém, a modernização das lavouras poderá agregar valor à produção e protagonizar um grande salto do setor.













http://www.correiobraziliense.com.br...-10-anos.shtml
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