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Old Posted Feb 28, 2014, 11:03 AM
egmoura egmoura is offline
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Investimentos vão além do "ouro negro"

Ultrapassando o alcance do “ouro negro” que sustenta vários municípios da região há anos e que levou à mudança de perfil do Porto do Açu, investimentos estão sendo desenvolvidos no Norte/Noroeste Fluminense pelo governo do Estado para reduzir a dependência das economias dessas cidades. A afirmação é do secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Júlio Bueno, em entrevista à Folha da Manhã, após visita técnica ao mega empreendimento em construção no Açu, em São João da Barra. Um exemplo das opções que vão além do petróleo é a construção, em Itaocara, de uma cimenteira, onde estão sendo investidos R$ 600 milhões e que vai gerar 350 empregos já a partir do segundo semestre deste ano.

Mudança de perfil do Porto do Açu e projetos além do chamado “ouro negro” — O Porto do Açu hoje se divide em duas partes. A primeira delas é a que está sendo finalizada pela Anglo American, com seu mineroduto, que vai trazer o minério de Minas Gerais e exportar pelo Açu. É um investimento de US$ 8 bilhões só no lado do Rio e que vai gerar centenas de empregos a partir da operação no final deste ano. Por conta desse investimento, certamente teremos uma pelotizadora a cabo do mineroduto, o que dá mais US$ 1 bi a US$ 2 bi de investimentos e outros empregos. Mas o Porto do Açu está identificando essa oportunidade do petróleo em um de seus terminais e deve explorar essa sua vocação potencial. Afinal, o porto estará de frente para o teatro de operações do pré-sal que acontecerão nos próximos anos e tem tudo para ser escolhido como o “porto do pré-sal” por sua localização e estrutura ideal para a instalação de novas empresas ligadas ao setor de subsea. Só lembrando que o pré-sal vai ser responsável por investimentos de US$ 55 bilhões por ano até 2035 e a maior parte disso será investida no Rio. A região Norte Fluminense será diretamente beneficiada por esses investimentos, que vão gerar empregos altamente qualificados. Além dessa revolução econômica que está acontecendo no Açu, há investimentos de outra ordem chegando para a região. Há, por exemplo, R$ 600 milhões que a Mizu está investindo em uma cimenteira em Itaocara, que vai gerar 350 empregos já a partir do segundo semestre. Isso é um investimento que impulsiona toda uma cadeia, direta e indiretamente.

Projetos no Norte/Noroeste Fluminense — Temos a área de rochas que acaba de ganhar um incentivo, que, acredito, vai alavancar as atividades e as exportações na região Noroeste, onde é reconhecido o Arranjo Produtivo Local (APL) de rochas ornamentais. Esse APL tem como principal centro produtor o município de Santo Antônio de Pádua, concentrando atualmente 154 empresas de extração e beneficiamento, com geração de R$ 64,5 milhões em renda e mais de seis mil postos diretos de trabalho. Acreditamos que isso deverá se multiplicar exponencialmente nos próximos anos. A indústria extrativa é uma das principais fontes de renda da região, respondendo por 12,5% do seu PIB, englobando 13 municípios, entre eles, Itaperuna, Bom Jesus do Itabapoana e Santo Antônio de Pádua.

Desenvolvimento levado a áreas de todo o estado do Rio — Evidentemente que há uma tendência de descentralização da economia que pode ser constatada nos últimos sete anos, além da diversificação das atividades. Hoje temos o polo automotivo, que está cada vez mais se adensando com a chegada de novos fornecedores à região do Médio Paraíba, no esteio das montadoras que atraímos para o estado. Há uma retomada da indústria do leite na região de Três Rios e há uma alteração sem precedentes na história do Rio de Janeiro sobre o que está acontecendo e vai acontecer na Baixada, após a inauguração do Arco Metropolitano. Dezenas de empresas já se instalaram ao longo do percurso do Arco e outras dezenas estão buscando áreas para se instalarem no local. Acredito que revertemos um processo de decadência e estagnação histórico no estado nos últimos anos. Nossa estratégia de atração de empresas, por exemplo, é confirmada com números da Junta Comercial. Atraímos, entre 2007 e 2013, 11 mil empresas de outros estados. No período de sete anos imediatamente anterior ao nosso governo, vieram para o Rio apenas mil empresas. E o mais interessante é que as atividades foram das mais diversas. Por exemplo, há décadas o Rio não atraía uma empresa no setor de alimentos. Nos últimos dois anos, atraímos investimentos de mais de
R$ 3 bilhões nesse segmento. E muitos ainda virão, porque há consumo no Rio, mas antes não havia política pública para atração desses recursos.

Busca por investimentos — É importante destacar a deferência do governo britânico em nos convidar para conhecer nossa estratégia de criação do cluster de subsea. Apresentamos nossos mecanismos de atração de empresas, a solidez de nossa agência de fomento que hoje está capitalizada e tem capacidade de financiar até R$ 5 bilhões em vez dos
R$ 5 milhões de sete anos atrás. Pelo menos cem empresas foram convidadas a assistir nossa apresentação e pelo menos 20 representantes deverão fazer rodadas de visita ao estado nos próximos meses. Estamos confiantes na atração desses investimentos e acredito que o Porto do Açu poderá ser um dos locais de interesse para essas empresas.

Visita ao Porto do Açu e à empresa NOV — Chego a dizer que fiquei emocionado de ver aquilo tudo começando a dar certo. Muito certo. A empresa inaugura agora em março, assim como a Technip, ambas inaugurando assim as atividades operacionais do próprio porto. Estamos apenas acertando a data. Mas a empresa é impressionante. Reproduz aqui a unidade que possui na Dinamarca, mas com capacidade ainda maior. Vai gerar 350 empregos diretos. Destes, pelos menos 100 já estão contratados entre pessoas nascidas na região de São João da Barra e de Campos. Eles estão, no momento, fazendo um treinamento na Dinamarca. Veja que maravilha, estão com bons salários, sendo bem qualificados. Isso é muito importante. E não são só esses empregos diretos e altamente qualificados. Vemos desde o segurança na entrada do porto, ao motorista da van, ao dono de um novo restaurante. Pessoas da região que estão tendo novas oportunidades de emprego e renda aqui mesmo na região, sem precisar sair daqui e buscar oportunidades em outros lugares.

Expectativas para o Porto do Açu após crise — O Porto do Açu é fato concreto. É uma realidade e essa realidade é irreversível. Pela sua estrutura, pelo seu porte, pela sua potencialidade e localização não há menor possibilidade de o porto ser um elefante branco. Pelo contrário. Ele deve ser um catalisador imensamente forte de novos empreendimentos e investimentos nos próximos anos. Estamos certos disso. Um bom exemplo é que mesmo no ano de 2013, quando dúvidas surgiram, o número de empregos diretos no porto saltou de 3.900 em janeiro para 6.300 em dezembro, o que demonstra que no balanço final as vagas continuam sendo geradas. O que houve no ano passado foi a crise econômica a partir do empresário Eike Batista, que foi provocada pela OGX e acabou comprometendo o estaleiro OSX, diretamente ligado à empresa porque seria seu supridor natural de plataformas e embarcações. Por enquanto, o estaleiro é o único empreendimento do porto ainda comprometido, já que as outras áreas foram compradas por outros investidores. Mas mesmo o estaleiro, eu acredito que terá uma boa destinação e já começa a despertar o interesse de investidores. Ora, se o Brasil pretende triplicar sua produção de petróleo nos próximos anos, precisará de equipamentos para isso e o estaleiro tem estrutura e localização excelentes. Mais cedo ou mais tarde isso será resolvido.

Dúvidas quanto ao futuro do distrito industrial de São João da Barra — O distrito industrial vai sair. Já está saindo. Como dissemos antes, a atração de empresas do setor de subsea é uma das alternativas que tem se revelado como vocação natural desse distrito. Há empresas em negociação com a Codin para se instalarem na região. Talvez tenha havido uma demora maior no cronograma que esperávamos inicialmente, mas estamos absolutamente confiantes. Além disso, é preciso lembrar que distritos industriais são desenvolvidos ao longo de décadas. Há distritos que a Codin administra no estado que levaram 20 anos para atingir o seu potencial máximo. Particularmente, acho que o distrito de São João da Barra tem potencial para ser mais rápido que isso, pela estrutura e pelas oportunidades oferecidas.

Novo perfil econômico — São João da Barra tem potencial para convivência entre todas as atividades, mas é claro que a região não pode deixar para trás o enorme potencial de geração de emprego qualificado e melhoria de renda que tem no momento com esses investimentos no Porto do Açu.

Estamos certos, por exemplo, de que a agricultura local está sendo respeitada, apesar do que alegam alguns movimentos partidários contrários ideologicamente ao desenvolvimento econômico. A Vila da Terra, onde foram assentadas as famílias de agricultores que estavam na região em que estamos implantando o distrito industrial, é um bom exemplo disso. Bem orientados por agrônomos, com estrutura de irrigação e ótima condição de terra, os agricultores produziram em 2013 20 toneladas de alimentos. Também estamos olhando para o setor canavieiro.

http://www.fmanha.com.br/economia/in...-do-ouro-negro
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