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Old Posted Apr 13, 2013, 9:45 PM
yuri radd yuri radd is offline
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Posts: 885
Estava refletindo sobre isso ontem. O que o Brasil precisa é de excesso de capacidade instalada. Considerando-se a capacidade produtiva do Brasil e Argentina juntos, somente as 4 grandes (Wolks, GM, Ford e Fiat) produzem uma grande quantidade de automóveis. Todas as outras tem uma capacidade instalada pequena e/ou oferecem uma pequena gama de automóveis.
Um exemplo é o HB20 que no mês passado vendeu mais de 12.000 carros (todos para pessoas físicas). Já o Gol, somente para pessoas físicas, vendeu uns 200 carros a mais apenas do que o HB20, enquanto que no total, as vendas ficaram perto das 20.000 unidades.
A Hyundai conseguiu isso com cerca de 100-150 concessionárias (as da CAOA não contam), enquanto que a Volks tem umas 600. Ademais, a fila de espera para o HB20 está em 3-4 meses, enquanto que o Gol tem a pronta entrega.
O que se vê portanto, é que apesar do sucesso do popular da Hyundai, ela não tem produção suficiente para atender a demanda. Logo, o preço do carro fica alto, por causa da procura desproporcional, nem tem força para tomar uma fatia considerável dos consumidores do Gol, principalmente as pessoas jurídicas, que prezam o baixo custo e rapidez acima de tudo. Isso é um exemplo micro do que acontece em todo o nosso mercado. A oferta está baixa, e, por mais contraditório que pareça, o Inovar-Auto, vai ajudar e muito a solucionar esse problema. Como importar para o Brasil está proibitivo, várias marcas vão passar a produzir aqui, e como o custo Brasil é elevadíssimo, e os carros feitos aqui são ruins, não vão conseguir exportar uma quantidade significativa de veículos. Tudo isso em um cenário onde as vendas estão crescendo em ritmo bem tranquilo. Dessa forma, as 4 grandes vão começar a ter problemas de excesso de capacidade produtiva, algo péssimo para os negócios. Como consequência, vão melhorar a qualidade de seus carros e abaixar os preços para recuperar o terreno perdido.
Vai ser algo demorado, pois as outras montadoras são bem lentas em construir fábricas no Brasil, e quando constroem, constroem fábricas pequenas. Vide a Hyundai, que já teve que abrir o terceiro turno em sua fábrica recém inaugurada. Não é de todo um erro, pois se fabricasse muito desde logo, a concorrência forçaria os preços para baixo e os lucros seriam menores.
Mas é fato. Se nosso mercado continuar fechado como é, crescendo pouco como está crescendo, e a capacidade instaladas das montadoras (menos as 4 grandes) continuar crescendo acima do aumento do mercado, os preços vão abaixar e a qualidade aumentar.
Como último efeito, teríamos uma ociosidade nas fábricas das 4 grandes, e, para contornar esse problema, elas começariam a fabricar aqui no Brasil, na Argentina e no México (até lá o limite de cotas terá terminado), carros mais caros e de outros segmentos. Poderemos então ver carros como Camaro, Edge, Malibu e outros sendo fabricados aqui e custando bem menos, e outros, feitos no México, com uma oferta bem maior.
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