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Old Posted Oct 28, 2011, 2:29 AM
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Infiltrações e mofos são algumas das falhas nos prédios da Esplanada






Os edifícios que compõem a Esplanada dos Ministérios sofrem com a ação do tempo. Infiltrações, mofo, rachaduras e falhas no sistema de refrigeração são apenas alguns dos problemas encontrados pelo Correio nos 19 prédios espalhados pelo centro político do país. Apesar das reformas pontuais feitas feitas em alguns deles, o panorama revela prédios envelhecidos e repletos de problemas. A maior parte foi construída há mais de cinco décadas e, segundo especialistas, carece de avaliações estruturais detalhadas. Os ministérios da Educação, da Comunicação, da Fazenda, da Integração Nacional e dos Esportes apresentam os piores cenários.

Além disso, as inúmeras irregularidades oferecem risco às pessoas. É assim no Ministério da Integração Nacional, o Bloco E da Esplanada. Em reportagem publicada na última terça-feira, o jornal denunciou problemas no 9º andar. O teto é sustentado há pelo menos três meses por cinco escoras de ferro. E duas das salas da ala acabaram interditadas.

Ainda que providências tenham sido tomadas pela Secretaria Nacional da Defesa Civil — o órgão funciona no mesmo edifício —, os servidores trabalham com medo de desmoronamento. “Não tem como não ficar receoso. Ainda mais porque é aqui que está sob ameaça de desabar”, afirmou uma funcionária, que preferiu não se identificar. A assessoria e a empresa responsável pela reforma no 9º andar informaram que não há risco no local.

No Ministério das Comunicações, as dificuldades se revelam ainda maiores. No 3º, 7º e 9º andares, há mofo e infiltrações em várias paredes e no teto. A maioria dos pavimentos nunca passou por reforma desde a inauguração do prédio, em 1967. Uma obra está em andamento no 7º piso somente após 44 anos de uso.

Já no Ministério da Educação (MEC), uma falha no forro faz com que pingue água dentro da sala do assessor especial do ministro, Nunzio Briguglio. “Fizeram uma ampla reforma no ministério, mas o 9º andar, onde eu trabalho, não estava incluído”, reclamou. “Quando chove, também cai a energia. Já teve até incêndio devido à sobrecarga. O setor de Administração está se esforçando muito, mas as melhorias não chegaram ao nosso andar”, lamentou. Além disso, há fios expostos em vários pavimentos, divisórias quebradas, portas sem sinalização e sem maçanetas.




Contradição

No Ministério da Justiça, os problemas existem no anexo do edifício principal. As janelas estão enferrujadas; as paredes da entrada, mofadas; e o sistema de refrigeração, defeituoso. Segundo funcionários do órgão, as únicas reformas das quais têm conhecimento aconteceram no prédio principal. Há um ano, por exemplo, o jardim de inverno passou por intervenções.

No Ministério da Defesa, uma empresa terceirizada presta serviço no prédio, com bombeiros e eletricistas de prontidão. O contrato firmado com a firma é anual. Embora não se façam reformas, em função de a estrutura ser tombada, os funcionários são responsáveis pelos reparos emergenciais. A assessoria de imprensa do órgão informou que a última melhoria aconteceu há seis anos no sistema de elevadores. Na ocasião, os antigos equipamentos foram substituídos por outros mais modernos. O ministério também tem instalações novas, pisos conservados e escadas com sistema antiderrapante.

Os andares onde estão abrigados os departamentos do Ministério do Esporte também denunciam a fragilidade do prédio. Infiltrações próximo às janelas mancharam as placas de gesso do 5º e do 6º pavimentos. Já o Ministério da Saúde ganhou uma reforma a partir de 2008. Desde então, as salas passam por mudanças, bem como os elevadores. Todo o 4º andar e parte do 3º e 5º sofreram revitalizações. O prédio dos ministérios da Previdência Social e do Trabalho e Emprego também está em obras. No Ministério da Marinha, há persianas quebradas que podem ser vistas do lado de fora.




Autonomia

A presidência da República informou que cada ministério é autônomo no sentido de implementar reformas, investir na manutenção dos prédios e abrir licitações para reformas. Inclusive há previsão de verba para tais serviços no orçamento repassado a cada pasta. A mesma explicação foi dada pelo Ministério do Planejamento e pela Secretaria Nacional da Defesa Civil. Essa última esclareceu ter atuado no 9º andar do Ministério da Integração Nacional só por estar inserida no mesmo espaço físico.

Ainda de acordo com a Secretaria Nacional da Defesa Civil, em casos que ofereçam risco aos frequentadores do prédio, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil local devem ser acionados. Procurada, a Secretaria da Defesa Civil do DF informou, por meio da assessoria de imprensa, que não é responsável por vistorias nas edificações da Esplanada, sob o argumento de se tratar de uma área federal. No entanto, explicou que atua em casos em que o Corpo de Bombeiros da cidade é chamado.





Necessidade de avaliação

Nem todas as edificações da Esplanada dos Ministérios são iguais. Na época da inauguração de Brasília, 11 prédios foram erguidos no local. Atualmente, são 19. “As estruturas eram metálicas. Foram feitas por empresas americanas. E uma coisa podemos perceber: são boas. As janelas são perfeitas, nunca vi cair uma cerâmica da parede. Eram empresas que tinham compromisso com a qualidade”, afirmou o arquiteto Carlos Magalhães, que trabalhou na construção de Brasília e hoje representa o escritório de Oscar Niemeyer em Brasília.

Apesar de, segundo Magalhães, os prédios iniciais serem mais sólidos, o Ministério da Educação apresenta sérios problemas. Inaugurado em 1960, um dos primeiros edifícios construídos no local precisa de manutenção emergencial. O especialista em patologia de estruturas e professor de engenharia civil da Universidade de Brasília (UnB) Dickran Berberian avalia que as vistorias são essenciais para a conservação. “Mas isso também depende da classe de agressividade do meio ambiente. Por exemplo, se não há praia, sal e ácido, como em Salvador (BA) e Recife (PE), é mais tranquilo. Esse é o nosso caso. As estruturas daqui não se decompõem com facilidade. Mesmo assim, nós temos o monóxido de carbono.”

Segundo ele, é recomendável fazer uma avaliação geral de três e de cinco anos. “Entre seis e 10 anos, é necessária uma verificação mais detalhada, mais completa”, explicou. Berberian, um dos responsáveis pela reforma do Ministério da Integração, defende ainda que todos os ministérios sejam avaliados, uma vez que a estrutura deles é similar. “Passou da época dessas análises. Isso porque os ministérios têm 50 anos e não me lembro de nenhuma vistoria geral. Quando sou chamado para avaliar a estrutura de alguns deles, o problema já existe”, contou.













http://www.correiobraziliense.com.br...splanada.shtml
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