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Spoleto compra China in Box e cria grupo de R$ 1,4 bi


Grupo Trigo assumirá as operações da TrendFoods, criando a maior companhia de comida asiática do país


Tom Moreira Leite: "Pretendemos dobrar o tamanho da China in Box" — Foto: Silvia Zamboni/Valor Este trecho é parte de conteúdo que pode ser compartilhado utilizando o link https://pipelinevalor.globo.com/nego...-r-14-bi.ghtml ou as ferramentas oferecidas na página.

A rede China in Box acaba de mudar de mãos. Dono de marcas como Spoleto, o grupo carioca Trigo assinou ontem a aquisição da TrendFoods — holding de comida asiática que também é dona do Gendai —, em uma transação que cria um negócio com R$ 1,4 bilhão em vendas. As informações são da Pipeline Negócios.

Em um momento de consolidação da indústria de food service — um movimento acelerado pela pandemia —, a transação marca a volta dos M&As na estratégia do Grupo Trigo, dobrando o sell out da companhia (as vendas das franquias do grupo devem somar R$ 690 milhões neste ano).

“Nós sempre nos posicionamos como um consolidador”, disse Tom Moreira Leite, o CEO do Grupo Trigo. O valor do negócio não foi divulgado, mas será financiado com dívidas e um aumento de capital dos sócios. A Singular assessorou o grupo Trigo e a TrendFoods teve a CRG Core como advisor.

A compra da TrendFoods ocorre três anos após o grupo vender a operação da Domino’s à Vinci Partners — um ativo em processo de incorporação pelo Burger King —, o que foi a primeira experiência dos cariocas em delivery, um canal prioritário para a China in Box.

Apesar da crise que se abateu sobre um contingente relevante de restaurantes no Brasil, as conversas do Grupo Trigo com a TrendFoods não foram uma urgência criada pela pandemia. Pelo foco em delivery, as vendas da China in Box cresceram nos últimos anos, diz Moreira Leite.

O namoro entre as duas companhias é mais antigo que a pandemia, com tratativas iniciais ainda com Robson Shiba — o empresário que fundou a rede de comida asiática em 1992 sofreu um grave acidente de moto no início de 2019, ficou um longo período em coma e ainda está em tratamento. As negociações voltaram a esquentar nos últimos meses. Carlos Sadaki, que assumiu a TrendFoods após o afastamento de Shiba, continuará à frente das marcas, agora como sócio dos cariocas.

No Grupo Trigo, a Domino’s é tratada como um exemplo do sucesso a ser repetido nos ativos da TrendFoods — desta vez, sem vender o negócio. Quando assumiu o negócio de pizzas, em 2004, a Domino’s estava praticamente quebrada e contava com apenas 20 lojas, lembrou Moreira Leite. A expansão capitaneada pelo Grupo Trigo preparou a rede de pizzarias para ultrapassar 200 unidades.

“Pretendemos dobrar a China in Box de tamanho até 2025”, disse o CEO do Grupo Trigo. Atualmente, a rede conta com 143 unidades. A aquisição da TrendFoods também adicionará 49 restaurantes do Gendai, de comida japonesa. Com isso, o Grupo Trigo alcançará 613 restaurantes, a maior parte operada por franqueados.

Estruturado a partir de uma operação verticalizada, com fábrica própria de massa e molhos e distribuição — vantagem de custos que foi crucial para isentar os franqueados nos piores momentos da pandemia —, o Grupo Trigo começou em 1999 com a marca Spoleto, que é forte em shoppings. Nas décadas seguintes, a companhia criada por Eduardo Ourivio e Mário Chady se expandiu, entrando em culinária asiática com Koni e Gurumê (comida japonesa contemporânea) e LeBonton, de inspiração francesa.


A chegada da TrendFoods é complementar para o portfólio do Grupo Trigo, disse Moreira Leite. Enquanto as marcas da dona do Spoleto ainda concentram boa parte dos restaurantes em shoppings (um canal que sofreu as agruras da pandemia), a dona do China in Box é bem mais presente em lojas de rua, onde a operação de delivery é mais fácil.

A união também cria um negócio mais digital. “A nova companhia nasce com 51% do faturamento já sendo oriundo dos canais digitais”, destacou o executivo. Atualmente, 75% das vendas da TrendFoods são feias por delivery. No Grupo Trigo, essa participação é de 40%.

Também há complementariedade em público-alvo. “Nossas marcas são voltadas para as classes A e B, enquanto a China in Box tem penetração maior nas classes B e C, o que abre uma janela de expansão nesse público”, prevê Moreira Leite.

No roteiro de expansão do Grupo Trigo, a China in Box não será a única alavanca. Quando o assunto é lucratividade, a grande aposta de Moreira Leite é o Gurumê, que faz margens de 20%. Comparativamente, as unidades do Spoleto demandam um investimento de R$ 600 mil para abertura de franquias, rendendo 10% ao mês com uma receita média de R$ 150 mil.

Voltado para classes mais abastadas, o japonês Gurumê é um investimento em restaurantes proprietários do Grupo Trigo — um perfil diferente das demais marcas, com foco em franquias. Uma unidade do Gurumê custa R$ 6 milhões e precisa de 80 funcionários para rodar.

“Estamos falando de um faturamento de R$ 115 milhões em 2021, para ter uma dimensão do que significa”, diz o CEO do grupo. O Gurumê ainda está restrito ao Rio, mas o grupo já estrutura a chegada da casa em Brasília e São Paulo. Até 2025, o número de restaurantes da marca deve passar de cinco para 30. “É um negócio de capex e ROE alto”.

Na transformação rumo à digitalização, o Grupo Trigo também vem investindo em startups, o que inclui a Fazenda Futuro (o hambúrguer de planta é feito na fábrica do Spoleto, em Volta Redonda) e Box Delivery — que desenvolveu uma tecnologia para as entrega no last mile.

A companhia também investiu na GCOM, uma software house que desenvolveu o app proprietário das marcas da empresa. Num mundo onde dados são cada vez mais valiosos, o Grupo Trigo não quer perder chance de conhecer melhor os clientes — 13 milhões por ano com a chegada da China in Box.

Fonte: https://www.portalviu.com.br/negocio...upo-de-r-14-bi
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