Alunas da UnB propõem intervenção radical na área central de Brasília

Com base em um croqui do autor do esboço original do Plano Piloto de Brasília, o trabalho propõe a construção de um edifício que ligue os setores comerciais Sul e Norte.

Inspiradas por um simples croqui assinado por Lucio Costa, três alunas do curso de arquitetura e urbanismo da Universidade de Brasília (UnB) propuseram uma intervenção radical no coração de Brasília: a construção de um edifício-ponte que ligasse os setores comerciais Sul e Norte da cidade. A estrutura, de seis andares e 8.045 metros quadrados, contaria com uma feira popular, um posto de saúde e uma escola de artes, e também daria acessibilidade aos pedestres que circulam no Eixo Monumental. O prédio fictício venceu outros 91 projetos de todo o mundo no Concurso Internacional de Ideias para Estudantes de Arquitetura e Urbanismo da 9ª Bienal de Arquitetura de São Paulo (9ª Bia).

A mudança no cenário da capital federal foi projetada pelas alunas Gabriela Curado, Carolina Ramos e Gabriela Bandeira, todas no 8º semestre de faculdade. O centro urbano idealizado por elas seria construído entre o Conjunto Nacional de Brasília e o Conic, além de ter uma ligação para a plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto. O edifício foi planejado em um modelo suspenso sobre colunas, para não influenciar no trânsito do Eixo Monumental, e teria até mesmo um espaço destinado a uma feira, para os camelôs, que foram retirados da área.

A proposta estudantil segue o plano original de Lucio Costa, que era criar um grande centro de diversões ao longo da pista que cruza o Eixo Monumental. Mas alguns elementos são mais contemporâneos que os usados na arquitetura dos anos 1960 de Brasília: o prédio contaria com brises que diminuiriam o impacto do sol e ainda serviriam como área de exposição de trabalhos artísticos. A ideia substituiria a fachada idealizada por Lucio Costa com anúncios semelhantes aos do Conjunto Nacional.

O edifício também contaria com dezenas de residências estudantis no modelo de contêiner, penduradas na estrutura principal. Algumas dessas alterações foram motivadas pelas regras do concurso da 9ª Bia. Com o tema “Arquitetura para todos: construindo cidadania”, a competição exigia que os trabalhos inscritos tivessem habitações permanentes e temporárias, serviços de comércio e de saúde.

Para uma das autoras do projeto, a ideia seria dificilmente colocada em prática em uma cidade tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade. “Acho que se encaixaria na arquitetura de Brasília, tivemos bastante cuidado com isso. Mas a coisa mais polêmica seria a moradia ao lado da Rodoviária”, apontou Gabriela Bandeira, 21 anos. Mesmo assim, a estudante acredita que a criação de residências na área central da cidade poderia trazer benefícios para Brasília. “Colocamos voltadas para o público de estudantes, que são mais receptivos a esse tipo de lugar. E quando você coloca moradia num local, consegue mais segurança, porque eles se tornam vigilantes”, explicou.

Uso do cidadão
O orientador do projeto, Nonato Veloso, frisou que o edifício-ponte teria de passar por adaptações antes de ser construído. O arquiteto elogiou o fato de as estudantes se preocuparEm com o conceito original de Brasília. “Nós nos acostumamos com essa transparência da paisagem no Eixo Monumental, e o projeto tenta manter isso com pilotis. O térreo é vazado no solo e há abertura também no nível da Rodoviária. Quem circulasse na passarela entre o Conic e o Conjunto Nacional continuaria tendo essa visão”, exemplificou o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB.

O trabalho acadêmico foi escolhido por um júri formado por oito especialistas de cinco países. “O projeto de implantação do edifício-ponte viabiliza a interligação de pontos importantes da cidade, sugerindo usos importantes principalmente para o cidadão. Dessa forma, esse projeto destacou-se entre os demais”, avaliou uma das juradas da 9ª Bia, Mila Giannini. O centro comercial brasiliense venceu, entre outros, projetos de São Paulo (SP), do Rio de Janeiro (RJ), da Áustria e do Reino Unido.

As três colegas responsáveis pelo projeto inovador classificaram-se em terceiro lugar no concurso Cidade Verde, que selecionou ideias de adaptações para a Rodoviária do Plano Piloto. “Foi uma honra. O fato de escolherem a gente é uma confirmação de que estamos indo para o lado certo, de que valeram a pena as viradas de noite”, animou-se Gabriela Bandeira, que pretende trabalhar com urbanismo. O trio também trabalha no projeto do Auditório Aula Magna, um grande espaço com cinema planejado para fazer parte da UnB nos próximos anos.

fonte: Correio Braziliense

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Mais detalhes do projeto:

Edit: por algum motivo o vídeo não tá rodando aqui, mas se clicarem no Vídeolink abaixo o vídeo abrirá diretamente no youtube
• Video Link

http://concursosdeprojeto.files.word...te-prancha.jpg
fonte: http://concursosdeprojeto.org/tag/brasilia/

Uma pena, pois o tombamento cego jamais deixaria algo assim sair do papel.

Na minha opinião esse prédio não resolve em nada e aliás, pode piorar muito a região central. O que essa região precisa é de cuidado e não de novas construções. Além de atrapalhar a vista da região da torre para a esplanada, em pouco tempo esse prédio viraria um cortiço de dimensões enormes. Imagine esse prédio sem manutenção ??

Se quiserem fazer uma intervenção bacana, que seja feita no Conic, que tem muito potencial não utilizado justamente por ter ficado largado. Sempre achei essa parte central que une a parte norte com a sul muito parecida com Trocadero em Paris, porém sem o menor cuidado. Essa região deveria ser recheada de bons restaurantes e cafés, além de concentrar a vida noturna da cidade.

Sinceramente achei uma grande ideia de gerico, não vi nenhum uso pratico para este prédio, esteticamente não acrescenta nada, como "ponte" ligaria nada a coisa nenhuma, pois a plataforma superior da rodoviária já faz esta ligação, como predio comercial é ridiculo. E esse papo de feira popular, escola de artes e moradia estudantil parece o tipo de ideia que sai do povo da UnB, totalmente "bem intencionado" e inviável. Quem iria construir isso? O GDF? A iniciativa privada? :koko:

Seria um prédio caro de construir e nada pratico, provavelmente viraria um cortiço bem no centro.

Seria muito mais interessante, util e praticavel reformar o medonho Conic.

Pelo mesmo erro do projeto do ON naquele obelisco, esse tambem mata a vista da esplanada x torre e vice versa.

Concordo com as opiniões sobre o projeto. Cara, propuseram quitinetes ao lado da rodoviária, não dou 3 meses pra virar local de moradia de cafetões e traficantes, com quartos alugados a R$20/hora como um motel bem detonado, no centro de Brasília.

A poluição visual também seria tremenda. Agora, postei até com esse objetivo, gostaria de entender a cabeça da banca que escolheu esse projeto como vencedor, como se respeitasse o projeto de Lúcio Costa. E olha que foi na bienal de arquitetura de SP! Parece até que usar uns pilotis é suficiente pra realizar uma intervenção absurda, deturpando exatamente uma das principais obras do urbanismo de Brasília, que é a rodoviária.

Corcordo que o que é necessário é a revitalização e revalorização do prédio e não uma intervenção dessa magnitude e totalmente deslocada...

:previous: Eu nem me preocuparia muito, afora ser uma ideia de gerico, são pouquissas a chances deste treco ser construído, é mais um projeto "conceitual" do que algo realmente para ser feito.

Essa bancas julgadoras adoram projetos assim, "bem intencionados", com "cultura", se for para reacender ideias velhas de mumias antigas então, ai eles adoram.

Outro lugar que deveria ser reformulado para uma vida noturna bacana é o Setor Comercial Sul. Tem espaço para estacionamento, é central e tem cara de cidade. Com urbanização decente e iluminação de qualidade, ali ficaria nota 10.

Perfeito. O SCS da pena de ver no estado que está. É lindo, tem transporte público, estacionamentos, nao interferencia nas quadras residenciais. Ou seja, é perfeito. Quando vou ao meu conselho de classe que fica lá, chega dar pena ver o estado que esta. Poderia tomar minhas vervejas e voltar a pé para casa, ou quem sabe de vlt.hehhehe.sonho meu!!!

Seria o Conic do século XXI!

O interessante que o presidente do IPHAN deu aval a intervenção, veio com um papo que já estaria nos planos de Lúcio Costa. Detalhe, se estivesse nos planos de LC, porque será que NUNCA viabilizou.

O interessante também, que a estação rodoviária não é TOMBADA, e essa aberrração urbanistica não fere o prédio. O mesmo da visão livre da TORRE que é de autoria de Lúcio Costa.

Se a filha do LC vier que também apoia a idéia, eu vou fazer um abaixo assinado virtual para impedir essa aberrração.

O projeto realmente esta nos desenhos do Lucio Costa, aparece em apenas uma fachada, sem nenhum detalhamento.

O tombamento foi feito sobre o projeto do Lucio Costa, portanto qualquer ideia que estivesse nos desenhos originais não fere o tombamento, mesmo que seja uma ideia de gerico.

Claro que FERE sim, tanto, porque será que o parque de BURLE MAX não saiu do papel na esplanada? Estava previsto. E outra, pode até estar no plano, mas não foi executado. E pior, qualquer intervenção na área vai interferir diretamente na visão da TORRE DE TV, ou esqueceram que também inventaram tombar o horizonte?:whip::jester::koko:

Bom de qualquer forma a chance desse treco sair é zero..... :haha:

Alguem sabe se o projeto do novo centro administrativo do GDF continua nesse parâmtro da imagem???

http://coletivo.maiscomunidade.com/i.../PNUImagem.jpg

Ate onde sei o projeto continua o mesmo, agora se será construido mesmo ai já são outros 500....

:previous:Antes de ir viajar passei lá, e me deparei com um tapume enorme cercano o terreno, com bastante maquinas no local:yes:

Então o negocio começou mesmo hein! Como vai ser construído pela iniciativa privada, deve ter uma construção rápida (comparada com uma publica claro).

:previous:Já há tapumes e uma placa enorme com o render do projeto, já estão escavando o chão e acho que estão se preparando para demolir aquela rodoviária horrível. De acordo com a placa no local será uma PPP com a Odebrecht.