GDF promete: Brasília terá Zona Azul para estacionamentos ainda este ano
Faltam 10 mil vagas de estacionamento nos setores mais movimentados da cidade, como os comerciais, de autarquias e de diversão, segundo estudos da Associação Comercial do Distrito Federal.
Foto: Sheyla Leal/ObritoNews/Fato Online
Faltam 10 mil vagas de estacionamento nos setores mais movimentados do DF
O Fato Online começa uma série de cinco matérias sobre um problema que tira a paciência dos brasilienses na hora de estacionar o carro: a falta de vagas.
A partir de hoje, e nos próximos quatro dias, os repórteres Diego Amorim e Beatriz Ferrari vão mostrar o problema, destacar a posição do GDF, apontar as propostas de técnicos do setor e trazer a opinião da população sobre o assunto. Hoje, na primeira reportagem da série, vamos falar sobre o projeto do governo para instituir a Zona Azul, que já existe em praticamente todas as cidades do país, menos na capital da República.
Vagas
Todos os dias, quem precisa estacionar o carro na região central de Brasília enfrenta uma verdadeira saga. E não é para menos. Segundo estudos da Associação Comercial do Distrito Federal, faltam 10 mil vagas de estacionamento nos centros mais movimentados da cidade, como os setores comerciais, de autarquias e de diversão. A solução definitiva do problema passa, é claro, por mais opções de transporte público e mobilidade. Mas também, pelo desestímulo do uso do transporte individual. Segundo o Secretário de Mobilidade do DF, Carlos Tomé, o projeto de rotatividade dos estacionamentos da região central, que faz parte de mudanças gerais que o GDF pretende fazer para melhorar o trânsito em Brasília, já deve começar até o final deste ano.
O governo está preparando, nos moldes de um Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) – quando o setor público coloca no mercado seus projetos de infraestrutura e obtém das empresas interessadas os estudos de viabilidade – um modelo de estacionamento rotativo para as regiões mais críticas. Ou seja, uma espécie de Zona Azul: o usuário tem limite de tempo para deixar o carro na vaga e paga pelas horas utilizadas.
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Veja na animação os pontos em que se planeja fazer a Zona Azul em Brasília
“Seria uma concessão, mas ainda precisa ser estudada a contrapartida da empresa que for explorar o serviço. Vamos jogar no mercado a ideia e deixar os interessados oferecerem as alternativas. Tem muita gente interessada. Até o final do ano devemos iniciar a instalação da infraestrutura”, explicou o secretário Carlos Tomé.
Segundo ele, a cobrança pelo uso da vaga aumenta a rotatividade dos estacionamentos, desestimula o uso do automóvel e ainda incentiva a atividade econômica. “Às vezes, as vagas em frente aos comércios são ocupadas pelo mesmo veículo por longos períodos e não é essa a finalidade”, disse.
As áreas que devem receber o projeto de estacionamento rotativo em primeiro lugar são: Plano Piloto, Taguatinga, Ceilândia e Sudoeste. No Plano Piloto, as regiões centrais devem ser concedidas prioritariamente, sobretudo os setores comerciais Sul e Norte, as autarquias Sul e Norte, os setores Bancários Sul e Norte, os de Diversões Sul e Norte, setores Hospitalares Sul e Norte e as entrequadras comerciais.
“Precisamos pensar numa solução para que quem estaciona nas comerciais não migre em peso para as residenciais e acabe ocupando as vagas de quem mora no local”, afirmou o secretário.
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Secretário de Mobilidade do DF, Carlos Tomé: até o final do ano, instalação da infraestrutura
Como será uma PMI, os detalhes do projeto, como preços, períodos, porcentagens das regiões que passarão a ser rotativas e contrapartidas das empresas ainda não estão definidos. Mas um dos projetos que o governo recebeu, elaborado pela Associação Comercial do DF, dá uma ideia do que se estuda.
O presidente da Associação Comercial, Cléber Pires, considera que, para os casos em que a necessidade de estacionamento for por longos períodos, o ideal seria a existência de bolsões de estacionamento, em locais subutilizados durante a semana. Vans fariam o translado dos trabalhadores desses bolsões até os seus locais de trabalho.
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Presidente da Associação Comercial, Cléber Pires, defende a criação de bolsões de estacionamento
De acordo com o projeto, intitulado Brasília Zona Azul, o estacionamento rotativo funcionará das 7h às 19h, de segunda a sexta-feira, e das 7h às 13h nos sábados. O cartão azul, que servirá como uma espécie de comprovante de pagamento do usuário, permitirá a permanência de uma hora em cada vaga. O tempo máximo de permanência em uma única vaga será de duas horas. O motorista terá a opção de trocar de vaga a cada duas horas e nãopoderá ocupar a mesma vaga o dia todo.
Para o contador Marcos Henrique Silva, que trabalha em um escritório no Setor de Diversões Sul, a rotatividade vai ser ruim para quem trabalha lá. “Mas será muito bom para os clientes, que às vezes vem só entregar um documento e não encontram lugar para estacionar”, disse.
O advogado João Moro, que trabalha no Setor de Autarquias Norte, não aprova o projeto. “Eu tenho que deixar o carro parado o dia todo e não tem vaga suficiente. Para mim vai ser muito ruim”, reclama.
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Veja o que pensa a população sobre a Zona Azul
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