Com trânsito sempre travado, DF terá metrô expandido em 17% até 2018
Órgão licitará ampliação das linhas ainda em junho deste ano
Ao todo, serão 7,5 km a mais de linha. Hoje existem 42 km
Com problemas crônicos de mobilidade, a capital federal deve ter o metrô ampliado até o fim de 2018. Apesar de necessária, a expansão, no entanto, é tímida. Ao todo a malha será ampliada em 17%. Passará dos atuais 42 km para 49,5 km e ganhará cinco novas estações.
A malha de Brasília, quando expandida, não chegará nem perto da malha de outras cidades do mundo de mesmo tamanho. Washington D.C., por exemplo, com populaçaõ de 5,5 milhões na região metropolitana tem 170 km de metrô, mais de três vezes a extensão da malha no DF.
O Metrô-DF promete lançar um edital em junho deste ano para ampliar as linhas existentes no Distrito Federal. Segundo o órgão, a ideia é construir duas estações em Samambaia, duas em Ceilândia e uma na Asa Norte, próximo ao Hran (Hospital Regional da Asa Norte). Ao todo, serão 7,5 km a mais de linha. Hoje existem 42 km.
A expansão do Metrô foi orçada em R$ 557 milhões e a previsão é que fique pronta em no máximo três anos. Desta forma, a expectativa é que os trens comecem a operar em 2018, ainda no governo de Rodrigo Rollemberg (PSB), que tem gestão de 2015 a 2018.
A previsão do órgão é que a licitação para expansão do Metrô seja lançada em junho deste ano. Mas, segundo a diretora técnica do Metrô-DF, Daniela Diniz, os trabalhos já começaram.
— A gente tem projeto e tem planos [de expandir o metrô]. O projeto é tudo aquilo que vai subsidiar a obra e os planos são orientadores de crescimento. Agora, em abril, na segunda quinzena, vamos lançar o edital que vai detectar, nos corredores de transporte, aqueles que tem condições de receber o sistema sobre trilhos para nortear os próximos investimentos além desses que já estão em andamento.
A ampliação dos trilhos garantirá o aumento da frota. Serão, ao todo, dez trens novos em operação, cada um com quatro vagões. Serão, portanto, 40 vagões com capacidade para atender cerca de 1.300 pessoas. Ainda assim, Daniela diz que a superlotação que existe hoje pode não desaparecer, já que as melhorias devem trazer também um aumento na demanda.
— Todo transporte de massa de alta capacidade tem os horários de pico, os horários em que ele tem que andar com a lotação máxima, isso ocorre em qualquer lugar do mundo. O que a gente vai é diminuir o tempo da espera. [Com os novos vagões] a espera cairá em 30%. No primeiro momento, é claro, eles vão ficar mais vagos, mas depois há uma tendência das pessoas saírem dos carros e irem para o metrô, que irá passar com mais frequência.
Para expandir o metrô, o órgão terá que realizar outro projeto: a criação de subestações de energia para alimentar os trens, que hoje só está garantida até próximo ao Hran. Mas a diretoria do Metrô garante: daqui 20 meses esse problema estará resolvido.
O Metrô-DF também vai licitar, em maio deste ano, o término das estações que ficam na região central de Brasília. São elas: 104 Sul, 106 Sul e 110 Sul. Todas começaram a ser construídas junto com as demais, em 1991, contudo, não foram abertas por falta de demanda. A previsão é que as estações sejam entregues no prazo máximo de dois anos, a partir do início da obra, que está orçada em R$ 78,9 milhões.
O morador do DF, Denis Augusto, depende do metrô diariamente para ir e voltar do trabalho. Apesar de achar que o transporte não é tão ruim, quando comparado aos ônibus, acredita que a infraestrutura ainda é precária e espera melhorias.
— Não investem nos reparos técnicos, qualquer chuva para o metrô. Além disso, deveria ser expandido para outras áreas. Aqui é a capital do Brasil, deveria ser referência em transporte público.
Em resposta, a diretora diz que há planos de disponibilizar espaços ociosos nas estações para publicidade e gerar renda. Esses valores serão revertidos em melhorias do transporte e garantirá um maior conforto ao usuário.
— O Metrô é uma empresa pública, então, todo extra tarifário e exploração comercial, como quiosques, lojas, vão para o Metrô, não vão para o GDF (Governo do Distrito Federal). Quando não dependermos de recursos externos, faremos investimentos.
Outra reclamação recorrente entre os usuários é a falta de funcionários nas bilheterias. Na estação da Ceilândia, região do Distrito Federal, um agente de estação chegou a colar, por conta própria, um cartaz dizendo: passe direto, no momento não há funcionários para vender bilhetes. O Metrô-DF admite que há um déficit de 80 funcionários e espera que o problema seja resolvido com o concurso público promovido ainda no ano passado.
— Até maio faremos novas contratações, para chamar o novo concurso. O que acontece é que, até o ano passado, a bilheteria era terceirizada. Mas, a empresa perdeu uma ação na Justiça e tivemos que colocar empregados. Nós tiramos funcionários de áreas na qual há treinamento complexo para atuar na bilheteria e, muitas vezes, não tem como abrir porque esse funcionários está dando suporte em outra área. Essa indignação é temporária, garante a diretora Daniela.
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