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Old Posted Nov 29, 2011, 12:24 PM
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Mureta no Eixão é medida paliativa para reduzir mortes, mas Iphan é contra



Eixo Rodoviário: 13 quilômetros de pista, marcados por falta de segurança e imprudência


Diminuir as mortes no Eixão exige menos recursos financeiros do que se imagina. A redução da velocidade, o aumento da fiscalização por agentes de trânsito e a melhoria das passagens subterrâneas são algumas das soluções apontadas por especialistas ouvidos pelo Correio. Até mesmo a construção de muretas na faixa central entra na lista, mas como medida paliativa.

Mestre em engenharia de transportes na área de segurança viária, Jorge Tiago Bastos, pesquisador da Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo (USP), avalia que a separação física dos fluxos do Eixo Rodoviário eliminaria a colisão frontal, tipo de acidente mais violento e, portanto, com maior chance de morte. “Mas há uma troca. Em vez da colisão frontal, teremos o choque com objeto fixo, que pode vir acompanhado de batida lateral ou traseira com veículos que seguem no mesmo sentido”, explica.

Além disso, ele alerta para a necessidade de escolher o tipo correto de barreira. É preciso levar em conta a quantidade de carros, o tipo de veículo e a velocidade da via, por exemplo.

Criticado pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER), o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Alfredo Gastal, ironiza a solução apresentada pelo órgão de trânsito há quatro anos — justamente a colocação de muretas na faixa central. “Poderiam fazer uma grande estrutura de aço, cheia de esporões pontiagudos. Pelo menos assim vão matar um ou dois por vez e mais rápido. Mesmo assim, vai continuar morrendo gente”, condena.

Gastal chama a atenção para o fato de que a mortalidade nas vias é resultado da falta de educação para o trânsito e da negligência da fiscalização. “Ninguém vê policial orientando e multando o motorista. É preciso fiscalizar, obrigar o motorista a manter a velocidade da via e seguir as normas do código”, defende. Mesmo sendo contrário à instalação de barreiras físicas, Gastal garante que, se receber nova proposta do DER, vai submeter à avaliação dos técnicos. Compromete-se também a ouvir o maior número de especialistas.

Prioridade
A redução dos atropelamentos deveria ser a prioridade das autoridades de trânsito, segundo o doutor em engenharia de transportes, José Leles de Souza. Isso se daria de duas formas: criação de mais passagens subterrâneas e educação das pessoas. “Já as colisões com objeto fixo e as frontais, geralmente, ocorrem após a perda do controle do veículo. Elas estão associadas ao excesso de velocidade ou ao uso do álcool. Por isso, a fiscalização deve estar presente. Não a eletrônica, mas a do agente de trânsito.” Quanto à opção de colocar barreiras fixas para separar o tráfego, Leles chama a atenção para o risco das muretas de concreto. “Elas podem ser tão letais quanto as colisões frontais. Se a única alternativa for o objeto fixo, o guard rail é a melhor opção”, sugere.

Independentemente da solução, o especialista em transportes da Universidade de Brasília (UnB) Flávio Dias acredita que o debate vai passar pela polêmica da segurança viária em relação ao tombamento de Brasília. “Vamos sacrificar vidas em função do patrimônio histórico? Eu acho um exagero. Esse é um desafio que as autoridades terão pela frente”, prevê.

Dias considera a instalação de barreiras fixas a alternativa mais adequada para promover a segregação do fluxo de veículos no Eixão. “Para resolver o conflito do pedestre, é preciso melhorar as passagens existentes e construir outras, semienterradas. Esse modelo é mais acessível, porque não tem escada e é mais seguro. A pessoa chega de um lado e avista a saída do outro”, cita. Mas, por enquanto, os moradores de Brasília terão que continuar convivendo com a insegurança numa das principais vias da capital.














http://www.correiobraziliense.com.br...e-contra.shtml
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