Mobilidade: tudo parado até 2020
Os candidatos ao governo do Distrito Federal falam das medidas que tomarão para que a capital federal não perca a mobilidade urbana. Pesquisa da Secretaria de Transportes mostra que, se continuar do jeito que está, em 2020 tudo estará parado
Simulação do Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU), da Secretaria de Transportes mostra que em 2020, as vias do Distrito Federal estarão paradas pelo excesso de veículos. A questão é que a data prevista já é daqui a seis anos e o início disso já é possível ser visto com vias lotadas de carros e engarrafamentos quilométricos nos horários de pico.
Na capital, existe praticamente um carro para cada dois habitantes, proporção que deixa Brasília entre as cidades com as maiores taxas de motorização do país. Este ano, o trânsito está ainda pior por causa dos constantes protestos de moradores do DF e de cidades vizinhas, alguns deles justamente por melhoria no transporte público. E quando o metrô está de greve a situação é ainda pior. Quem pode, tira os carros da garagem. E no DF são muito mais de 1.500.000 veículos.
A saturação das vias urbanas e das rodovias distritais está em um estágio tão avançado que qualquer chuva é capaz de parar o trânsito. Como tentativa de mudar a situação, o governo implementou o Expresso-DF, mas que é alvo de reclamações diárias dos usuários. Moradores do Gama e de Santa Maria afirmam que poucos ônibus do Expresso-DF foram colocados para rodar e que os veículos antigos foram retirados. Ou seja, os problemas de falta de transporte continuam.
A falta de ciclovias também é motivo de reclamações. São mais de 400 quilômetros de via concluídas ou em obra, mas que não atende à necessidade dos usuários do transporte. A ciclovia não liga uma cidade a outra e não serve para ser uma via segura para ir de casa ao trabalho, por exemplo. No entanto, com as eleições marcadas para 5 de outubro, grupos aproveitam o momento político para pautar as reivindicações, muitas vezes incentivados por políticos profissionais. E os candidatos prometem melhorias em todas as vertentes da mobilidade urbana.
Agnelo Queiroz (PT)
Foto: Divulgação
“A mudança na estrutura física para melhorar a mobilidade urbana já começou. O Expresso DF Sul está pronto; agora estamos fazendo a integração das linhas no Gama e Santa Maria. Pistas exclusivas para o BRT, que são grandes ônibus articulados e confortáveis, reduziram uma viagem que chegava a uma hora e meia para menos de 40 minutos. Também já começamos a construção das pistas auxiliares que ligam os balões do Torto e Colorado, primeira fase do Expresso DF Norte, que vai ligar Planaltina e Sobradinho ao Plano Piloto, beneficiando os condomínios e Sobradinho II, além de Paranoá e Lago Norte. A primeira obra do Expresso DF Oeste, que liga Ceilândia ao Plano Piloto já foi inaugurada: é o viaduto no final da W3 Sul. E para o próximo mandato vamos fazer o Expresso DF Sudoeste, que vai ligar o Recanto das Emas e Riacho Fundo I e II ao Plano Piloto, passando por Arniqueiras, Park Way e Núcleo Bandeirante. Todos esses eixos terão pistas exclusivas para ônibus. Além disso, vamos ampliar o metrô em mais 7,5 quilômetros, com cinco novas estações, para que ele possa se integrar a esta malha rodoviária. Já fizemos 450 quilômetros de ciclovias; faremos mais 150 até o final do ano e no, próximo mandato, mais 300 quilômetros vão interligar todas as ciclovias do DF. O objetivo é dar conforto e rapidez ao morador do DF com uma ampla malha de vias, para dar prioridade ao transporte coletivo de qualidade”.
Rodrigo Rollemberg (PSB)
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É fundamental revisar a licitação dos ônibus. O Governo do Distrito Federal trocou a frota, mas reduziu o número de ônibus. Vamos aumentar esse número e reduzir o tempo de espera. O governo fez o BRT, mas extinguiu 16 linhas no Gama e 18 em Santa Maria e os usuários demoram mais tempo no percurso do que antes. Promover o bom funcionamento do sistema de transporte público, com o objetivo de torná-lo atrativo, desenvolver a integração, reduzir o tempo de espera e garantir a mobilidade urbana. Vamos instituir também o bilhete único, a proposta é gerar eficiência, economia e transparência do sistema. A pessoa fará integração e vamos criar o Conselho de Transparência para fiscalizar as contas do transporte. Ainda, estamos propondo o transporte pela linha férrea para passageiros, o que não acontece hoje. O objetivo do programa é desenvolver ligações ferroviárias para transporte de passageiros e cargas, estimulando o desenvolvimento e a integração regional, por meio da provisão de uma infraestrutura eficiente de transportes. Também vamos concluir a expansão do metrô até a Asa Norte e mais duas estações e Ceilândia e outras duas em Samambaia. Vale ressaltar que Planaltina e Sobradinho precisam de um corredor de transporte coletivo, incluindo o BRT. Ciclovias é outro ponto importante. Elas têm que fazer a ligação entre as cidades e o Plano Piloto para deixar de ser só de lazer e se tornar um meio de transporte. Vamos fazer também melhorias nas calçadas e deixar o Distrito Federal como líder em mobilidade e acessibilidade”.
José Roberto Arruda (PR)
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“O DF e o Entorno abrigam uma população que chega a 4 milhões de habitantes. Esse crescimento acelerado não veio acompanhado pelas necessárias medidas de implementação de infraestruturas de transporte urbano. Esse fenômeno é potencializado pela imensa concentração de empregos no Plano Piloto. A política que será adotada pelo meu governo é de máxima prioridade ao transporte público e restrição ao uso do automóvel individual. São ações desenvolvidas em paralelo, estimulando a migração do usuário do automóvel para o ônibus e metrô. Para tanto, as questões físicas e operacionais deverão ser precedidas por uma total reformulação da estrutura institucional. A prioridade será sempre a circulação do transporte público. O objetivo maior será assumir o controle integral do sistema de transporte público, fazendo cumprir com precisão as grades horárias dos ônibus e metrôs. A implementação de cada projeto será estruturada com recursos do orçamento do DF, União e de operações de crédito junto a bancos. Serão também incentivados contratos de concessão de serviços público, operações de parcerias público privadas. O deslocamento do DF prioriza o automóvel, mas o sistema viário não tem mais condições de atender o volume que circula diariamente”.
Luiz Pitiman (PSDB)
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“A proposta do meu governo para transporte público e mobilidade urbana inclui a construção de corredores exclusivos para o transporte coletivo e expansão da rede metroviária utilizando os trilhos já existentes. Ainda, preza pela extensão do metrô para Ceilândia e Samambaia, com um braço para o Recanto das Emas e Riacho Fundo, chegando ao Gama. Não se pode esquecer da construção de corredores de ônibus para a região Norte, nas cidades como Sobradinho, Itapuã, Paranoá, Condomínios e Planaltina. Vamos projetar e buscar os recursos para os trilhos da região Norte. Outra prioridade para a mobilidade urbana do governo de Luiz Pitiman é a construção do anel viário, retirando a movimentação de cargas do centro de Brasília. E para finalizar, vamos garantir a qualidade do transporte público com a fiscalização rigorosa das concessionárias”.
Toninho (PSOL)
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“Estudos apontam a saturação das principais artérias do DF em apenas seis anos. Brasília não possui um sistema de transporte público eficiente e confiável. O sistema baseado em ônibus não atende a uma cidade de três milhões de habitantes. O resultado é um tratamento desumano para quem necessita de transporte público e engarrafamentos insuportáveis para os que podem se valer de veículos individuais. A prioridade será transporte sobre trilho e não esta política rodoviarista. Dependendo do local, será VLT, metrô ou trem regional. Pretendemos concluir a linha um do metrô, chegando até a Ponte do Bragueto, de um lado, e Setor O, de Ceilândia do outro. E a conclusão da linha em Samambaia. Acreditamos ser possível fazê-la chegar ao Lago Norte e ao Varjão. De Samambaia, propomos o início da linha três, construindo um primeiro trecho entre a cidade e o balão de acesso ao Recanto das Emas e ao Riacho Fundo 2. Para o Entorno Sul, nossa proposta é a transformação da extinta linha da RFFSA [Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima] em Trem Regional, que atenderá também aos moradores do Park Way, Núcleo Bandeirante, Guará (onde haveria integração com o metrô) SIA, chegando à Rodoferroviária. No governo federal há estudos de fazer esta linha chegar à Formosa. Somos favoráveis. No Plano Piloto, nossa proposta é retomar a implantação do VLT do Aeroporto às avenidas W3 Sul e Norte e no Eixo Monumental. O VLT também poderá ser a opção em Taguatinga, atuando de forma integrada ao metrô. De todo, nos projetos do PSOL, o transporte será integrado: ônibus, metrô, VLT, trem regional e bicicletas públicas, e com bilhete único.
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